quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

As Três Marias - por: Cláudia Sampaio

Uma terra de céu azul e muita festa, onde os tambores extasiam mulheres, homens, crianças e velhos e o fogo esquenta as maravilhas de nossa cultura popular. É assim que muitos cariocas imaginam o Maranhão. Ferreira Gullar nos contou o colorido do céu e agora, uma nova geração de artistas maranhenses, mostram ao Brasil os segredos e as delícias do Maranhão.

Torta de camarão, vatapá, tambor de crioula e cacuriá: convites irresistíveis ao prazer e a alegria. Do desejo de falar e sentir sua terra natal nasce a amizade com outros artistas que vivem no Rio e se encantam com tantas boas novas.

O tambor das três Marias nasce desta amizade. A casa do artista plástico Fernando Mendonça e de sua mulher Raquel Aguilera, no bairro de Santa Teresa, pode ser considerada hoje um pedacinho do Maranhão dentro do Rio de Janeiro. E foi nesta pequena ilha de sons e cores que surgiu o tambor das Três Marias. As freqüentes reuniões, regadas a toques de tambor e balançar de saias, foram esquentando o desejo de mostrar a alegria maranhense a um número maior de pessoas.

As apresentações improvisadas nos Largos de Santa Teresa foram ganhando requintes cênicos. Quando o grupo começou a acompanhar a cantora Rita Ribeiro na turnê do show ‘Tecnomacumba’, os figurinos e a preocupação coreográfica indicavam as intenções de profissionalização.

A heterogeneidade do grupo, no sentido das diferentes formações artísticas dos integrantes, contribuiu para o seu amadurecimento artístico. Músicos, artistas circeses, bailarinas, arte-educadores: esta mistura permitiu a ampliação das atividades das Três Marias que hoje, através de oficinas de arte, trabalha também na formação de novos núcleos de preservação da cultura popular.

As Três Marias vêm se firmando e se afirmando como uma referência. Enquanto o improviso e a brincadeira continuarem presentes, a vivacidade contagiante das ‘Marias’ está garantida.



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